Laura Torres nasceu em Belo Horizonte, Minas Gerais, em 1981. Disso não guarda muito rancor. 

Operária do texto, seus interesses são: a escrita, o cotidiano, as saídas menos covardes e as narrativas impossíveis, principalmente as do real.

O diário frágil desvela o cotidiano da mulher, personagem anônima diagnosticada com transtorno bipolar. As emoções da mulher conduzem a narrativa e revelam ao leitor, por variadas nuances, o fluxo dos acontecimentos e dos dias. Ao abrir o diário, lê-se uma  história fragmentada e permeada pelo medo e incerteza diante de episódios de mania e depressão, pela impulsividade nos atos e nos gastos, pela busca de estabilidade, pelo difícil convívio com a hipermedicação, o conflito com as exigências de produtividade no trabalho e nos estudos, o medo do isolamento e da perda de controle.

O período abarcado pelo diário –  agosto de 2018 a setembro de 2020 – é marcado pela ascensão da extrema direita no Brasil e por uma pandemia, um tempo em que estados externos e internos de insegurança não figuram, assim, dissociados. No “entre” e “apesar” de tudo, a mulher segue – em suas buscas, amores, memórias, encontros, deslocamentos. E em diálogo com suas referências literárias e artísticas, ali ela não está só, está com Plath, Drummond, Rodrigues, Holiday e tantos outros.

O corpo da mulher escreve, no enfrentamento da violência e do horror diários, um diário frágil. A palavra "frágil" pode ser definida como a delicadeza daquilo que não resiste à força bruta e se quebra facilmente. Pela ótica da efemeridade dos estados, no entanto, é também o que pode reunir e reconfigurar os seus pedaços. 

Quebrar, reunir, reconfigurar são verbos que acompanharam o processo de edição desses textos, originalmente publicados em um blog e que agora integram a estrutura sequencial deste livro pensado, criado e costurado a muitas mãos. 

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Coordenação editorial: Alice Bicalho, Carolina Leal e Gabriel Schünemann

Edição: Ana Clara Lima Ribeiro, Andréia Amaral do Espírito Santo, Bruni Emanuele Fernandes, Cláudio Leite Leandro, Dayse Mara da Paz Figueira, Douglas Ferreira de Oliveira Tomaz, Elisa Rates Vieira, Fernanda Menezes Moreira, Giullia Ghellere, Guilherme Lentz da Silveira Monteiro, Isabele Kassimatis, Isabelle Barreto Martins, Izabella Gonçalves Caixeta, Letícia do Nascimento da Silva, Lobélia Hadassa Rodrigues Comini de Carvalho, Lorena Mendes Garrucho Marinho, Luciana Dias, Luiza Cardoso Mendes Velasco, Maria Clara Tavares Rodrigues, Maruzia de Almeida Dultra, Matheus Viana da Silva, Maysa Barreto da Silva Feijó, Patrícia Tanuri, Pérola Caldas Carneiro Pessoa, Sara Raquel Mota Moreira, Simone Angélica da Silva, Sofia Rodrigues Rossi, Vitória Gomes Roscoe Ramires.

Preparação de original: Gabriel Schünemann

Revisão: Carolina Leal e Alice Bicalho

Projeto Gráfico & diagramação: Mário Vinícius

Impressão e encadernação: Circe Clingert, Ateliê Phonte 88

Narração do audiolivro: Laura Torres

Gravação: Pedro Fonseca, 1som

Edição de som: Gil Neves e Raphael Gaspar

Assessoria de imprensa: Mariana Gonçalves

Redes sociais: Marcela Gonçalves

Live de lançamento 

Assista à contrapartida social do projeto, realizada no dia 25 de novembro de 2023, Dia Internacional de Luta pelo fim da Violência contra a Mulher.